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A assinatura do mapa natal: sol, lua e ascendente

A representação do sol, da lua e do ascendente no nosso mapa natal tem uma importância especial. Apesar de sermos a conjugação de muitas variáveis, essa configuração - conhecida como a "assinatura do mapa" - diz muito sobre a personalidade básica de cada um de nós.
Como faculdade da alma, o Sol faz parte do par intelectivo e é a intuição. Não como vulgarmente a conhecemos, mas como percepção instintiva, ou seja, imediata, evidente, receptiva, incontrolável, totalizante, pessoal, fugaz.
Já a lua pertence ao par da afetividade, no sentido de ser afetado, e, como faculdade da alma, representa o sentimento. Sendo sentimento se traduz em uma impressão interna e se difere da emoção em razão de ser mais longo no tempo, mais complexo e tem sempre um objeto em mira. Sentimento é visto como um conjunto de emoções focalizadas em um objeto.
E o Ascendente? O ascendente é um ponto no mapa astral localizado no lado oriental da mandala. No horário de nosso nascimento, um signo ascendia no horizonte e é ele que se apresenta ali. A astrologia tradicional o trata como a expressão do ego de uma pessoa, a aparência externa e do corpo físico. Concebo o ascendente como o caminho que escolho para me levar ao Sol.
O signo, a casa e os aspectos astrológicos desse trio particularizam a assinatura e são a base da personalidade descrita no mapa natal. Conhecê-los e compreender sua dinâmica, além de jogar luz e possibilitar alçar voos, é um grande passo para enxergarmos o caminhante com mais propriedade.
Uma vez que sabemos quem é o caminhante e para onde ele tem de ir, podemos parar de andar em círculos ou andar atrás de outros, de coisas ou nos afastarmos mais e mais para não enxergar.
Tudo o que precisamos conhecer já está dentro de nós. Reconhecer-se, essa é a tarefa!



O signo ascendente e a atuação da personalidade nas áreas de experiência

Quando falamos que somos arianos, por exemplo, estamos nos reportando a nosso signo solar, ou seja, o signo em que o Sol se encontrava na hora de nosso nascimento.
O Sol, como faculdade da alma, atua no par intelectivo, funcionando como nossa intuição aquilo que percebemos sem o mínimo esforço, que simplesmente sabemos que é! Se sou ariana, minha percepção imediata se colore, se realiza de maneira impulsiva, autônoma, espontânea para citar apenas algumas características.
Apesar da importância do signo solar, nós somos mais 11 signos, com mais 6 faculdades da alma e atuamos de forma diferente em áreas da vida, recebendo aspectos que ligam funções, além de outras variáveis que ajudam a nos temperar. Disso tudo, surge uma pessoa com características únicas!
Nesse contexto, o signo ascendente define todo mapa astrológico e determina características e qualidades da personalidade. Se nosso signo ascendente é áries, nossa casa 2, salvo se houver interceptação, terá as qualidades de touro. A casa 3 de gêmeos, a 4 de câncer e assim por diante até a casa 12 com qualidades piscianas. Há toda uma estrutura interna que se constrói a partir do ascendente, por isso é natural que o temperamento dinâmico e independente de áries na casa 1, atue na área de recursos, valores e prosperidade (casa 2) de forma básica e menos impulsiva.
Estamos falando de uma mandala vazia sem levar em conta a atuação dos planetas, asteroides e pontos tampouco os aspectos que todos esses fazem entre si. Não é a toa que somos muito complexos!!! Emoticon wink
Quando falo da leitura do mapa natal como um mapa do tesouro, considero que a mandala ascendente assume o papel de direcionar a caminhada. Tal direção já dá as pistas de como escolhemos seguir o caminho e de que maneira tendemos a percorrê-lo. Portanto, sinaliza como optamos atuar nas áreas de experiência da vida a fim de conseguir atingir o propósito: achar o tesouro para usufruir dele.
Compreender essa dinâmica, aceitá-la e assumi-la permite que nossas características nos favoreçam e nos ajudem a seguir com o fluxo da vida. E, mais uma vez, o autoconhecimento oportuniza autogestão e, no fim, uma vida vivida de fato por que é nosso direito! Emoticon wink
Fluir, fluxo, fruição!

A conjunção Lua-Saturno

Saturno é o responsável por nossa estrutura seja ela emocional, intelectual ou física. Como faculdade da psique, seu atributo se circunscreve à razão, dividindo com o Sol o polo da intelectualidade. A razão sempre busca comprovação, por isso também onde se localiza Saturno se constrói uma base que pretende ser sólida. Durante a construção dessa base, passamos a caminhar entre a dúvida e o medo na busca incessante por uma estabilidade, por uma certeza, por um alicerce que tenciona segurança. Tudo isso bem sedimentado de forma que se possa afirmar qualquer coisa com assertividade.
A lua, por sua vez, se relaciona ao princípio feminino, ao arquétipo da grande mãe, A nutridora, O materno. As emoções são a área da Lua, dividindo com Vênus o polo da afetividade. Como faculdade da alma, a Lua capta simpatia, antipatia e estabelece juízos de valor, uma tabela valorativa, se relaciona ao desejo e se desenvolve no tempo. Nisso ela se aproxima de Saturno e é interessante pensar nos dos ciclos parecidos, o primeiro de 28 anos e mais um pouco e a lua de 28 dias e algumas horas.
Em conjunção, esses dois astros não se dão bem, na verdade estão desconfortáveis. A restrição, a pouca maleabilidade, o quase nada de meio termo não passa pela volubilidade lunar. Definitivamente, não encaixa, não cola, não identifica.
A tabela de valores da lua requer uma comparação, porém não é racional. É composta a partir da memória daquilo que afetou a pessoa, por isso é diferente. A razão saturnina, não precisa ter passado pela situação e, sim, pelo modelo, a idealização. Saturno tem de criar uma lei universal que lhe dê segurança.
Como então fica o ser humano com esse aspecto no mapa natal? Como isso se processa em sua psique? Como conviver com restrição emocional, pouco trato emocional, medo e insegurança emocional? Como se introduziu o arquétipo da grande mãe, a maternagem? Como se percebe o feminino e como ele se processa na caminhada?
O estudo do mapa natal nos possibilita compreender como concretizamos os desafios que estão escritos lá. Dependendo da Mandala Astrológica e de outros aspectos combinados, complexos e síndromes surgem como um grito e muitas vezes com uma opção viável para "purgar".
O compromisso com uma vida em equilíbrio passa por encarar nossas mazelas e compreendermos que elas podem ter sido uma das possibilidades encontradas para "colocar para fora" uma ferida da alma.
Tratar a ferida com consciência e paciência, com disposição e vontade pode, sim, trazer um alívio não só para o ser como para aqueles que o cercam. Recolher a projeção é se desprender dos grilhões na medida em que se toma posse de si. Quanto mais inteiros mais felizes.
Sigamos !


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